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No século 18 (por volta de 1763), a capital do Brasil Império mudou-se da Bahia (Salvador) para o Rio de janeiro. Nessa época, o Brasil, ainda ligado a Portugal, era um Vice-reinado, comandado naturalmente de Lisboa. O terceiro vice-rei do Brasil era o Marquês do Lavradio, cuja residência era um palacete, para os padrões da época, localizado na esquina das ruas do Lavradio ( homenagem ao próprio) e Relação (está de pé até hoje, virou museu). Para atender aos assuntos jurídicos de então, Portugal instalou na nova capital, Rio de Janeiro, o Tribunal da Relação, mesmo nome de seu congênere de Portugal, denominação esta que se mantém até hoje nesse país ibérico.

O Margues do Lavradio deixou uma lembrança na cidade, a implantação da “feira livre de impostos”, a pedido dos pequenos comerciantes locais. Hoje elas são chamadas simplesmente “feira livre”.

A rua onde se instalou o Tribunal da Relação por isto mesmo passou a se chamar da Relação, denominação que se mantém até hoje. Próximo a essa rua está a Rua do Senado, claro o senado de então ficava nesse logradouro.

É possível concluir que essa região era o centro político de então.

Curioso lembrar que antes de o Rio de Janeiro agasalhar o Tribunal da Relação, algum problema jurídico que, por qualquer razão, não pudesse ser levado à Corte (Bahia naturalmente), teria como alternativa a apreciação pela Igreja, onde despontava a figura do Bispo.Deste fato nasceu a expressão popular: ”Não está satisfeito, vá se queixar ao Bispo”.

A independência, ocorrida em 7 de setembro de 1822, só foi consolidada em 2 de julho de 1823(parece que só os baianos comemoram esta data), com a grande colaboração do Almirante Cochrane (por isso mesmo chamado de o Consolidador da Independência brasileira).

O Tribunal da Relação passou por várias denominações e hoje se chama Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, um belíssimo prédio localizado na Av. Presidente Antonio Carlos, centro da cidade. Já que estamos nos “por quês”, quem teria sido o Presidente Antonio Carlos, ele foi presidente de que?

Antes de 1930, quando a revolução trouxe ao poder a chamada Era Vargas, os estados brasileiros eram governados por “presidentes”. Então o Presidente Antonio Carlos era nada mais nada menos que o governador de Minas Gerais. No centro de Niterói temos a rua Pres. Backer, que foi governador do antigo Estado do Rio.  Na Paraíba, o Presidente João Pessoa (sobrinho do Presidente da República Epitácio Pessoa), governador de seu estado, morreu assassinado numa casa comercial de Recife, um dos motivos que aceleraram a eclosão da revolução de 1930.

Como homenagem a seu Governador (ou Presidente), desaparecido na revolta de 1930, a capital da Paraíba, que até então também se chamava Paraíba, passou a se chamar João Pessoa.