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Recentemente tivemos a interdição do túnel Rebouças pelos motivos que todos conhecem. 

Seria oportuno lembrar porque o túnel foi batizado com este nome.

Rebouças, na verdade, era o sobrenome de dois irmãos, engenheiros (André e Antonio), mulatos alforriados, que tiveram destaque na segunda metade do século 19.

André Rebouças era muito chegado a Princesa Isabel, freqüentava as festas promovidas pela Corte Imperial etc.

Numa determinada festa a que compareceu, André tirou uma dama para dançar e esta recusou, com todas as características de discriminação. A Princesa Isabel viu ou tomou logo conhecimento do fato e imediatamente dirigiu-se a André e convidou-o para dançar, o que causou grande admiração dos presentes.

Após o banimento da família real, episódio que ocorreu no dia seguinte ao da Proclamação da República (16/11/1889), André ficou desgostoso com o que ele considerou uma injustiça. Resolveu então se auto-exilar, viajando para a Europa e mantendo sempre contato com a Princesa Isabel e seu marido Conde D'Eu para conservar os fortes laços da lembrança do Brasil. Sentindo-se cada vez mais deprimido, um belo dia o seu corpo foi encontrado no pé de uma elevação com todas as características de suicídio.

Em 1965, a história dos irmãos Rebouças foi levada ao conhecimento do então Governador Carlos Lacerda que resolveu batizar o túnel com os nomes de Antonio Rebouças (Galeria sul-norte) e André Rebouças (galeria norte-sul); o povo simplificou tudo para Túnel Rebouças.