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No ano 707 do calendário Romano, mais tarde denominado 45 AC, o Imperador Julio Cesar resolveu por em ordem o calendário, já que comparado com o ano de sua implantação (752 AC), a data da entrada  das estações estava  cada vez mais ocorrendo em datas diferentes. É claro, o valor exato do ano trópico (tempo que a Terra leva para completar um ciclo em torno do Sol) não era conhecido com a exatidão de hoje, que é de 365d 5h 48min e 46 seg.

Ele  buscou auxílio  do astrônomo egípcio Sosigenes que organizou o calendário a partir do valor de 365d e 6 horas para o ano trópico, a saber, cerca de 11 ou 12 minutos a maior que o seu valor exato.

Então, a cada 4 anos a introdução de um dia adicional resolveria (segundo o pensamento da época) o problema.

Ficou resolvido ainda que este dia seria incluído em fevereiro, conforme a expressão latina "ante diem bissextum calendas martius", que significa "repetir o sexto dia que antecede as calendas de março".

Em outras palavras, bissexto significa literalmente um sexto que se repete; então a idéia era repetir o dia 24 de fevereiro. Lembrar que "calendas" significava o 1º dia do mês, na cultura romana. 

Com o tempo, bissexto passou a significar o ano em que se adiciona um dia.

Verificou-se, mais tarde, que aqueles 11 ou 12 minutos acrescentados a 365d 5h 48min e 46 seg para completar 6h não mantinha fixa a entrada das estações.

No ano de 1582 AD (Anus Domini), a diferença já alcançava 10 dias, ou seja, o dia do equinócio da primavera (hemisfério norte) acontecia em 11 de março ao invés de 21 de março.

Naquele ano, o Papa Gregório XIII resolveu o problema com o auxílio do astrônomo Luigi.

Então, feitas as contas, concluiu-se que haveria necessidade de suprimir 3 bissextos a cada grupo de 400 anos. A partir de então, o calendário passou a denominar-se Gregoriano (homenagem a Gregório XIII), em substituição ao Juliano (homenagem a Julio Cesar).

Para corrigir o calendário, o dia 4 de outubro de 1582 foi sucedido pelo dia 15 de outubro (salto de 10 dias); então o equinócio da primavera voltou para 21 de março, ponto de partida para a Igreja fixar as festas móveis, a mais importante delas a Páscoa. 

Com a nova regra, os anos seculares (terminados com 2 zeros) só seriam bissextos quando múltiplos de 400, ou seja, 1700, 1800 e 1900 não foram bissextos.

Determinou-se também que o dia adicional aconteceria em 29 de fevereiro, tornando sem efeito a expressão "bissextum".

Naturalmente, ainda há um pequeno erro que deverá acontecer por volta do ano 3000.                           Até lá, deixa pra lá.