Eletrobras espera aumento de 20% nas suas receitas no ano que vem e se prepara para privatizar distribuidoras

Ao aceitar a regra para renovação das concessões de antigas Hidrelétricas, o grupo Eletrobras teve de abrir mão de uma receita anual de R$ 9 bilhões. É um impacto financeiro tão forte que a geração de caixa do conjunto de empresas do grupo poderia ser nulo não fosse a iniciativa da empresa de promover, de imediato, uma forte redução de custos, que até 2014 será da ordem de 30%. Com o programa de desligamento em curso, o grupo Eletrobras reduzirá em 20% o seu número de empregados, mas na folha de pagamentos o impacto será de 30%, porque entre os quase cinco mil que estão deixando a estatal, há muitos em cargos com salários mais altos.

Em decorrência dos investimentos que estão maturando, em novas usinas e linhas de transmissão, o grupo Eletrobras espera elevar sua receita em 20% no ano que vem. Assim, somado ao impacto do corte de custos, o efeito financeiro será da ordem de 50% ao longo de 2014, o que leva os executivos da estatal a acreditar que os balanços voltem ao azul. 

A Eletrobras preferiu não seguir a recomendação dos analistas de mercado de capitais e renovou as concessões, pois enxergou um risco maior se as Hidrelétricas viessem a ser licitadas pelo governo. Possivelmente teria de pagar mais caro na licitação para ficar com as mesmas usinas. 

O próximo passo será privatizar as distribuidoras estaduais que foram federalizadas. Com as dívidas equacionadas financeiramente, as empresas deverão ser oferecidas agrupadas, para que as menos rentáveis no curto prazo não sejam preteridas. No entanto, é provável que antes da privatização haja mais uma federalização, no caso envolvendo a distribuidora do Amapá para que a companhia se ajuste à chegada ao sistema interligado de energia. O linhão — uma fantástica obra de engenharia, com a construção de torres maiores que a Eiffel, de Paris — já chegou a Manaus e agora as obras prosseguem em direção a Macapá e também para Boa Vista (capital de Roraima). 

Manaus, que já teve em situação extremamente crítica, talvez venha a ser uma das capitais brasileiras com melhor qualidade de energia, por causa da chegada do linhão e da termelétrica a gás natural, com capacidade para 600 megawatts, que está para ser inaugurada.