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Melchior Tavares de Alcântara

 


 

Quem visita a cidade de Jerusalém, uma das atrações colocadas à disposição do turista  é percorrer a chamada "VIA DOLOROSA", que teria sido o caminho percorrido por Cristo até o local de sua crucificação no Calvário.

Pontos considerados importantes desta trajetória recebem o nome de "ESTAÇÃO".

Numa destas estações, o guia interrompe a caminhada e informa que, neste ponto, Cristo parou, provavelmente por cansaço.

Uma mulher do povo aproximou-se dele e com uma toalha tentou secar o seu rosto.

Ficou estampada na toalha a face sofredora de Cristo.

Esta mulher desapareceu e nunca mais foi vista ou encontrada.

Como ela captou a imagem de Cristo, denominaram a figura gravada na toalha da Verdadeira (Vero em Latim) Imagem (ícone em latim), ou Veronica (imagem verdadeira).

Então a mulher ficou conhecida como Veronica (imagem verdadeira), identificando, assim, uma "estação" da provável caminhada de Cristo até o Calvário.

Noutro ponto desta caminhada identificam-se, abaixo da superfície, verdadeiras cavernas que servem de moradia para muitos. Estas moradias chegam a ser comercializadas por 20 e até 30 mil dólares.

Os compradores estão seguros que, ao morrer, irão para o céu por terem vivido no caminho do martírio de Cristo.

 


 


Por volta do ano 200 AC, um matemático grego chamado Eratóstenes  resolveu fazer a primeira medição da circunferência terrestre (na realidade uma estimativa).

Ele vivia em Alexandria. situada aproximadamente no mesmo meridiano que Siene, cidade localizada, praticamente em cima do trópico de Câncer.

Percebeu ele que no dia do solstício de verão no hemisfério norte (mais ou menos 21 de junho daquela época), uma vareta colocada verticalmente no chão em Siene não deixava sombra ao meio dia, já que neste instante, o sol está a pino no trópico de Câncer.

Uma outra vareta colocada em Alexandria (mesmo meridiano que Siene), deixava uma sombra na mesma hora. 

Então ele mediu o comprimento da sombra e concluiu, usando a geometria elementar ao alcance de qualquer aluno do segundo grau, que o ângulo que a extremidade superior da vareta fazia com a extremidade da sombra é o mesmo que os dois raios da Terra, partindo das 2 cidades citadas, faziam entre si.

A distância entre as duas cidades na realidade é o comprimento do arco de circunferência existente entre elas (supondo a Terra como uma esfera, muito próximo da realidade).

Com esta providência tão simples, Eratóstenes fez a primeira estimativa do raio da Terra. Infelizmente os cálculos estavam depositados na Biblioteca de Alexandria completamente destruída por um fanático religioso chamado Omar ou Oman. Sabe-se que grande parte dos conhecimentos do mundo antigo estavam lá arquivados e desapareceram nesse evento.

Segundo Eratóstenes o valor do raio terrestre seria da ordem de 7000 Km, quando se sabe que o valor correto é de pouco mais de 6300 Km, com um erro provável  pouco menor que 10%, excepcional em razão da precariedade do processo utilizado.

O valor exato da circunferência terrestre somente foi conhecido em dezembro de 1799, após medições realizadas por uma equipe a serviço da Academia de Ciências de Paris, que mediu o trecho do meridiano entre as cidades de Dunquerque e Barcelona, passando por Paris.

O resultado da medida, segundo as medições ora citadas,  após ser assinado por Napoleão Bonaparte em dezembro de 1799, foi materializado marcando-se o valor numa barra de platina iridiada mantida a zero grau e depositada no Museu do Louvre de Paris.

Com este ato praticado por Napoleão estava implantado o sistema métrico que aos poucos foi sendo aceito pela quase totalidade dos países do mundo.

Este meridiano, conhecido como o Primeiro Meridiano terrestre, aparece citado na obra de ficção “Código da Vinci”, que usou o Museu do Louvre como cenário para seu roteiro.


Mas isto é outra historia.



Em 1992, um menino muito próximo de mim e com 4 anos de idade, naquela oportunidade, apareceu com leucemia. Todas as tentativas de cura foram utilizadas, sem sucesso. Após consulta a entidades especializadas, os pais do menino se deslocaram para Curitiba, quando foram informados de que somente um transplante de medula ossea poderia salvar o seu filho. Na área familiar, onde a probabilidade de encontrar um doador com sangue compatível seria maior, não houve sucesso. Então os dados da criança foram enviados para um banco de coleta de dados no Brasil(há vários), que se comunica com outros centros  semelhantes em diversas partes do mundo. Finalmente, através de consulta ao banco de dados, foi localizada em Londres a pessoa indicada(compatibilidade de sangue idêntico ou sensivelmente parecido)  para servir de doador. Numa certa noite, no ano de 1996, esta pessoa foi contatada e recebeu a informação de que alguém na América do Sul  precisava de sua medula com urgência. Ele foi imediatamente para o hospital fazer a coleta, levado por um vizinho taxista que, sabedor do caso, disse ao deixá-lo no destino: “Nada cobrarei pelos meus serviços, já que também quero dar a minha contribuição para um epílogo feliz deste caso.”

A medula óssea foi trazida para Curitiba, com todos os cuidados aplicáveis ao caso e transplantada na  criança (então com 8 anos), em um grande centro daquela cidade, que há tempos vem se dedicando a esta nobre atividade.

Houve ainda um longo caminho a ser percorrido, onde um excelente acompanhamento médico e a dedicação e carinho dos familiares muito contribuíram para assegurar a total recuperação do transplantado. Passados alguns anos, quando o sucesso da operação já era uma realidade, o doador foi informado sobre os dados da criança a quem ele salvou a vida. Razões profissionais trouxeram-no ao Rio de janeiro, sendo convidado a comparecer à residência da família, para conhecer pessoalmente aquele a quem ele teve oportunidade de salvar.

Desnecessário dizer o forte clima de emoção que se apoderou dos familiares presentes na recepção àquele que foi localizado em Londres, guiado não se sabe por que, e veio a ter um papel tão importante na vida daquela criança. Hoje, aquele menino está com 19 anos, saudável, cursando o primeiro ano do curso de engenharia, com um belíssimo futuro pela frente.Como se vê a solidariedade humana não encontra limites, nem lugar para ser praticada.

Qualquer pessoa com boa saúde entre 18 e 55 anos poderá ser um doador. Informações úteis podem ser obtidas, entre outras, no site www.sliba.org.br.



Para muitas pessoas os algarismos romanos têm sua representação por letras do alfabeto latino, por uma escolha totalmente aleatória. Será esta a realidade?

Seguramente a origem deste tipo de numeração remonta às cavernas, senão vejamos.

Na sua primeira tentativa de tentar representar uma quantidade, ou mesmo contar, optou-se por representar as quantidades em traços verticais. Tantos traços quanto fossem a contagem, assim contar 20 ou 30 cabeças de qualquer animal seriam 20 ou 30 traços verticais. Surgiu então a base 10 como elemento simplificador, seguramente porque tínhamos 10 dedos nas mãos. Simplificando o processo, após 9 traços verticais ao invés de assinalar-se o décimo traço, resolveu-se cortar os 9 traços já assinalados com outro traço horizontal, da esquerda para a direita. Pronto, estava criada a base 10. Evoluindo na simplificação, perceberam que bastava dar um traço vertical e cortar com outro traço ligeiramente inclinado da esquerda para a direta , numa figura bem próxima do X. Pronto, a letra X passou a representar o 10. E o numero 5, por ser metade de dez, um traço separando as duas partes do X (dois “Vês” invertidos). Pronto a letra V passou a representar o 5.

Se 1 era representado por um traço, 10 dois traços, então 100 seriam 3 traços, um vertical e dois horizontais, simulando a figura de um quadrado do qual se suprimiu a aresta lateral direita. Claro, a letra que mais se aproximava desta figura era a C, que passou então a representar o numero 100. Sendo 50 a metade de 100, vamos cortar o C anguloso (um traço vertical e dois horizontais) e a parte inferior assim cortada nada mais é que a letra L. Resolvido, o L passou a representar o 50.

Se 100 são 3 traços, então mil serão 4 traços, muito bem bem representado pela letra M.

E o 500, deveremos, seguindo os exemplos anteriores, dividir o M em duas partes , mais parecendo um V de cabeça para baixo. O alfabeto grego veio dar uma ajuda já que a quarta letra grega, o delta (alfa, beta, gama e delta) bem se assemelha ao V invertido. Porém estava-se a procura de uma letra do alfabeto latino . Se delta é a quarta letra do alfabeto grego então busquemos a sua congênere do alfabeto latino: claro, é a letra D.

Eis a explicação bastante racional para a escolha das letras representando os algarismos romanos.

 

Nota:

Embora tenham sido feitas pesquisas na internet, nada foi encontrado que comprovasse a informação acima.

A versão ora apresentada, foi obtida do Professor Haroldo Lisboa da Cunha, do colégio Pedro II, entre os anos de 1948 ou 1949, de quem o autor destas linhas foi aluno.



No ano 325 da nossa era ( Anus Domini ), houve um importante episódio que viria a ter uma importância capital no "mundo cristão". Tal episódio foi a conversão ao cristianismo do Imperador romano Constantino. As autoridades religiosas de então convocaram o Concílio de Nicéia, cidade localizada próximo a Constantinopla, com a finalidade de determinar e decidir vários temas relacionados com a fé religiosa, estabelecendo as bases do que viria a ser o Catolicismo. Entre outras decisões, é digno mencionar como passariam a ser comemoradas, a partir de então, as datas mais importantes relacionadas com o Cristianismo, a saber, a festa do nascimento de Cristo ( Natal ) e a Páscoa. Até então, a Páscoa era uma festa em que os judeus ( Jesus era judeu ) comemoravam ( e até hoje comemoram ) a fuga do Egito. Esta festa era de origem lunar, ou seja, sua fixação obedecia (tradição ainda mantida ) ao movimento da lua. Os cristãos, a partir dos episódios mencionados, passaram a considerar a Páscoa como a festa da ressurreição de Cristo. Tornava-se necessário, então, encontrar outro processo para a fixação das datas de comemoração, diferente da festa dos judeus, porém mantendo alguns critérios. Considerando-se que o dia da ressurreição teria ocorrido em um dia de lua cheia, em pleno "equinócio da primavera" do hemisfério norte, resolveu-se fixar as datas da Páscoa a partir destes dois eventos ( lua cheia e equinócio ), tendo como ponto de partida 21 de março, que é o dia do equinócio no hemisfério norte. Equinócio é um aportuguesamento da expressão latina "equi-noctium" que significa literalmente "noite igual ao dia", já que neste evento astronômico o sol corta a linha do equador, iluminando, igualmente, os dois hemisférios terrestres. Este evento, aliado a uma noite de lua cheia, é considerado de extrema beleza, daí a decisão de fixar as datas da Páscoa tendo como origem o dia 21 de março. A partir desta data, observava-se o movimento lunar e o primeiro domingo após o plenilúnio passou a ser o Domingo de Páscoa. Por se tratar de uma data que depende do movimento da lua, ela é uma "festa móvel". O domingo de carnaval foi estabelecido sete semanas anteriores ao domingo de Páscoa. Deste modo, considerando-se que o período de translação da lua em torno da Terra dura cerca de 29 dias e levando-se em conta os sete dias da semana,. pode-se concluir que há 35 datas diferentes para o Domingo de Páscoa. O dia mais próximo do equinócio da primavera é 22 de março (quando a Páscoa é mais cedo) e o mais afastado é 25 de abril (Páscoa mais tarde). Naturalmente, recuando-se 7 semanas em ambos os casos, encontraremos as datas extremas do domingo de carnaval, a saber 7 de março e 1º de fevereiro.

Do ponto de vista astronômico, portanto, a Páscoa é a festa do equinócio da Primavera enquanto que o Natal é considerado como a festa do solstício de Inverno, mas isto é assunto para outro "papo".


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