Para muitas pessoas os algarismos romanos têm sua representação por letras do alfabeto latino, por uma escolha totalmente aleatória. Será esta a realidade?
Seguramente a origem deste tipo de numeração remonta às cavernas, senão vejamos.
Na sua primeira tentativa de tentar representar uma quantidade, ou mesmo contar, optou-se por representar as quantidades em traços verticais. Tantos traços quanto fossem a contagem, assim contar 20 ou 30 cabeças de qualquer animal seriam 20 ou 30 traços verticais. Surgiu então a base 10 como elemento simplificador, seguramente porque tínhamos 10 dedos nas mãos. Simplificando o processo, após 9 traços verticais ao invés de assinalar-se o décimo traço, resolveu-se cortar os 9 traços já assinalados com outro traço horizontal, da esquerda para a direita. Pronto, estava criada a base 10. Evoluindo na simplificação, perceberam que bastava dar um traço vertical e cortar com outro traço ligeiramente inclinado da esquerda para a direta , numa figura bem próxima do X. Pronto, a letra X passou a representar o 10. E o numero 5, por ser metade de dez, um traço separando as duas partes do X (dois “Vês” invertidos). Pronto a letra V passou a representar o 5.
Se 1 era representado por um traço, 10 dois traços, então 100 seriam 3 traços, um vertical e dois horizontais, simulando a figura de um quadrado do qual se suprimiu a aresta lateral direita. Claro, a letra que mais se aproximava desta figura era a C, que passou então a representar o numero 100. Sendo 50 a metade de 100, vamos cortar o C anguloso (um traço vertical e dois horizontais) e a parte inferior assim cortada nada mais é que a letra L. Resolvido, o L passou a representar o 50.
Se 100 são 3 traços, então mil serão 4 traços, muito bem bem representado pela letra M.
E o 500, deveremos, seguindo os exemplos anteriores, dividir o M em duas partes , mais parecendo um V de cabeça para baixo. O alfabeto grego veio dar uma ajuda já que a quarta letra grega, o delta (alfa, beta, gama e delta) bem se assemelha ao V invertido. Porém estava-se a procura de uma letra do alfabeto latino . Se delta é a quarta letra do alfabeto grego então busquemos a sua congênere do alfabeto latino: claro, é a letra D.
Eis a explicação bastante racional para a escolha das letras representando os algarismos romanos.
Nota:
Embora tenham sido feitas pesquisas na internet, nada foi encontrado que comprovasse a informação acima.
A versão ora apresentada, foi obtida do Professor Haroldo Lisboa da Cunha, do colégio Pedro II, entre os anos de 1948 ou 1949, de quem o autor destas linhas foi aluno.