Muitas são as explicações para a origem da expressão acima, porém a que parece mais perto da realidade é a descrita a seguir.

Dizem que em uma cidade do interior havia um padre ou vigário que atendia seus paroquianos dando conselhos ou mesmo ajudando em muitas situações difíceis. Um belo um dia, sala de espera lotada, entra um cidadão, a porta se fecha e ele passa alguns minutos lá dentro, provavelmente recebendo os conselhos do vigário. Passados alguns minutos a porta se abre, ele sai e em voz alta se despede do vigário e diz para que todos ouçam: "Depois eu passo para pegar o que combinamos". Saiu rápido sem dar a oportunidade de o vigário tentar qualquer explicação para uma expressão aparentemente sem sentido. Logo que o novo paroquiano entrou, ele retorna e dirigindo-se para as pessoas que estavam na sala de espera, disse para todos ouvirem: "pois é, acabei de emprestar 500 mil réis ao senhor vigário que ficou de me pagar na próxima semana".

Semana seguinte lá estava o sujeito na sala de espera e quando a porta abriu ele dirigiu-se ao vigário cobrando os tais 500 mil réis. O vigário surpreso disse desconhecer tal divida e um dos presentes confirmou a historia pois “assistiu” o episódio ocorrido semana anterior, daí ele ficou sendo uma testemunha do hipotético empréstimo. O caso terminou indo parar nas mãos do Juiz local que tentou ver se as partes entravam num acordo. Foi quando um comerciante local, com pena do Padre, disse ao Juiz: “Senhor Juiz, está havendo um engano; realmente o cidadão aqui emprestou 500 mil réis, mas não foi ao vigário, foi a mim, estou pronto a pagar” e entregou ao Juiz o tal dinheiro, dizendo que com isto o caso estaria encerrado. Foi quando o cobrador da divida disse: “Não, seu Juiz, estes são outros quinhentos”.

Nota: "Mil Réis" era o padrão monetário em vigor no período de 1834 (1º Reinado) até outubro de 1942. A partir de 1º de novembro de 1942 o "Mil Réis" foi substituído pelo "Cruzeiro".